Sei que é difícil desviar daquela cervejinha gelada no final de semana, ou então daquela taça de vinho no inverno gelado. Mas quando falamos de álcool e saúde, será que existe um meio termo entre os dois?
Pergunto isso porque você com certeza já ouviu falar que consumir álcool não faz bem para a saúde ou que seu efeito tóxico apresenta graves consequências principalmente sobre o fígado.
Bom, na realidade essas são apenas verdades. Mas será que existe uma forma de viver bem sem precisar abrir mão do consumo consciente de bebidas alcoólicas?
É sobre isso que vamos conversar neste artigo.
Antes de mais nada, o que é o álcool?
O álcool utilizado nas bebidas alcoólicas é o etanol, uma substância orgânica, ou
seja, que contém carbono na sua estrutura química.
Antigamente, ele era obtido de forma natural através da fermentação espontânea de açúcares contidos em frutas, grãos ou caules como a cana-de-açúcar.
Entretanto com a revolução industrial, outras formas de produção introduzidas e atualmente o uso dessa substância possui vasta gama de utilidades, além de compor as bebidas
alcoólicas.
Atualmente, na maior parte dos países trata-se de uma droga lícita, ou seja, de consumo legal dentro da lei, normalmente permitida apenas para maiores de idade.
Leia também: Os perigos do consumo de álcool para jovens.
Mas como o álcool influencia na minha saúde?
Antes de mais nada preciso ressaltar que influencia, e muito, nos mais diversos aspectos. Vamos lá.
Quando ingerimos bebidas alcoólicas, o álcool é absorvido no estômago e de forma mais rápida e marcante no intestino, sendo distribuído a todo o organismo.
Fígado
Ao ganhar a circulação, o álcool chega primeiramente ao fígado, sendo então, conduzido a todos os outros órgãos. Portanto, o fígado é o órgão que mais se expõe ao álcool.
O fígado tem a missão de filtrar o sangue, metabolizar substâncias, armazenar nutrientes, participar da formação de hormônios e geração de energia. E como mais de 90% do álcool ingerido é eliminado pelo fígado, quanto mais álcool você bebe, mais você sobrecarrega esse órgão vital.
O problema é que ao ingerir quantidade significativa de álcool de forma regular e constante, você causa uma agressão às células do fígado, o que pode levar a um estado irreversível: a cirrose hepática. Ou seja, comprometimento permanente da função do órgão, podendo inclusive evoluir para o câncer de fígado.
Esôfago, estômago e intestino.
Mas não só o fígado, outros órgãos como esôfago, estômago e intestino também são agredidos pela ação do álcool.
Isso porque seu consumo pode piorar e precipitar quadros de gastrite e refluxo, além de causar danos à microbiota e à barreira da mucosa intestinal, o que pode abrir caminho a doenças autoimunes.
Aumento da pressão arterial
O álcool ainda pode aumentar a pressão arterial.
Isso porque o coração tem que fazer mais esforço para bombear o sangue e pode acabar cansando, num processo denominado Insuficiência Cardíaca Congestiva.
Imunidade
Outro ponto é o impacto que o consumo de bebidas alcoólicas pode causar na imunidade.
A resposta no entanto é curta e objetiva: o consumo de álcool inibe a resposta imunológica do organismo, deixando-o mais vulnerável a infecções.
E uma curiosidade interessante para quem está em busca do emagrecimento: cada 1 grama de álcool fornece a quantidade de 7 Kcal de energia. Isso quer dizer que apenas 50 gramas de álcool contém a mesma quantidade de quilocalorias que 1 fatia de pizza.
Leia também: Bebidas alcoólicas atrapalham o emagrecimento?
Mas então como beber prejudicando minimamente a saúde?
Quando questiono meus pacientes sobre ingestão de bebida alcoólica, o que eu mais escuto é: bebo socialmente, só final de semana.
Eu te pergunto: se você não beber por alguns finais de semana, isso vai te incomodar? Vai te fazer falta? Se a resposta for sim, então estamos diante de um vício. Para viver bem, não devemos depender de nada nem de ninguém.
Por isso, se você quer beber sem maiores prejuízos à sua saúde, a primeira regra é: não deve haver rotina de álcool. Nem mesmo de final de semana. Sua rotina deve ser de hábitos saudáveis e dessa forma, sair dela vez ou outra não te trará danos.
Em segundo lugar, a diferença entre o remédio e o veneno pode estar na dose – antes de clichê, uma verdade indiscutível. Doses mais elevadas são absorvidas mais rápido. Por isso, quando escolher beber, ingira pequenas doses.
Vale lembrar também de não beber de estômago vazio. O álcool se concentra cerca de 4 vezes mais quando estamos de estômago vazio. Além disso, quando ingerido diluído ou com alimentos, os efeitos agradáveis prevalecem.
Lembre-se de se hidratar enquanto bebe. Inclusive, beba mais água que a bebida alcoólica.
Mantenha uma boa composição corporal. Sabemos que quanto maior o percentual de gordura, maior a absorção e concentração atingidas pelo álcool no organismo.
Se estiver em uso de medicação, não beba. Isso porque o uso concomitante de medicamentos e ingestão de bebida alcoólica pode potencializar os efeitos do álcool e ao mesmo tempo danificar órgãos importantes como o fígado, por exemplo.
Bom senso e equilíbrio entre álcool e saúde
Consumir ou não bebidas alcoólicas é uma opção pessoal, e se você optar por beber, não beba apenas por beber. Deguste a bebida com calma, sinta o sabor e os aromas.
Dessa forma, será muito mais fácil reduzir a dose. Converse com as pessoas ao seu redor, faça desse um momento especial e não apenas mais uma noite de bebedeira.
O melhor é sempre evitar, mas se beber com equilíbrio e sabendo das consequências e entendendo os sinais do seu corpo, é meio caminho andado.
Espero que você tenha gostado desse artigo sobre a influência do álcool na sua saúde. Se você quer entender mais sobre essa relação, tenho um e-book completo sobre esse assunto: “Álcool – Como consumir prejudicando minimamente a saúde?”. Baixe gratuitamente pelo link e boa leitura!
Até mais.
