As doenças alérgicas, como a rinite alérgica, representam um problema de saúde global, afetando de 10% a 25% da população mundial. E diante de um número tão elevado, é normal as pessoas considerarem que a rinite é hereditária.
Há evidências claras para apoiar o conceito de que as doenças alérgicas são influenciadas pela predisposição genética e pela exposição ambiental. Uma equipe internacional de cientistas liderada pela Universidade de Copenhagen, apresentou o maior estudo até agora sobre rinite alérgica na revista Nature Genetics.
Os dados de quase 900.000 participantes revelaram dados do genoma humano cujas mudanças aumentam significativamente o risco de doenças. O objetivo do estudo, realizado no âmbito do consórcio EAGLE (EArly Genetics and Lifecourse Epidemiology), foi identificar diferenças genéticas entre pessoas com e sem rinite alérgica.
O que o estudo mostrou?
Para o estudo, os pesquisadores realizaram uma busca em rede pelos respectivos genes de risco e reduziram sequencialmente o número de genes candidatos.
Em uma primeira etapa, compararam o genoma de cerca de 60.000 pacientes com rinite alérgica com o de mais de 150.000 controles saudáveis. Isso revelou um pool de 42 genes de risco significativos, alguns dos quais previamente descritos na literatura.
Em uma segunda etapa, 20 genes de risco até agora desconhecidos foram confirmados com base em dados de outros 60.000 pacientes e 620.000 controles saudáveis.
Quanto maior o número de participantes do estudo, mais conclusões confiáveis podemos retirar. Os genes de risco identificados podem explicar cerca de 8% de todos os casos de rinite alérgica.
Os autores do estudo então usaram bancos de dados para investigar quais funções poderiam ser atribuídas a esses genes. Na verdade, a maioria deles conhecemos por ter uma associação com o sistema imunológico, por exemplo, na ligação de antígenos.
Rinite é hereditária
Além disso, foi observada uma forte sobreposição de genes de risco para rinite alérgica e doenças autoimunes.
De acordo com Dr. Klaus Bønnelykke, que dirigiu o estudo junto com os co-autores Johannes Waage e Hans Bisgaard da COPSAC (Copenhagen Estudos Prospectivos sobre Asma na Infância), Universidade de Copenhagen, os loci de risco identificados podem ajudar a compreender os mecanismos que causam a rinite alérgica e, esperançosamente, também a encontrar alvos para o tratamento e prevenção.
Ainda assim, os genes identificados explicam apenas parcialmente por que tantas pessoas desenvolvem rinite alérgica. Um próximo passo do estudo agora é entender como os genes de risco interagem com nosso meio ambiente.
Se previna
Como é possível ver, há alguns genes que podem maximizar as possibilidades da rinite ser hereditária. Aliás, quando um homem e uma mulher alérgicos têm um filho, a probabilidade dessa criança ser alérgica é de cerca de 50%.
Porém, é importante sempre frisar que a rinite alérgica não é contagiosa.
Mas a melhor forma de conviver com ela é evitar os gatilhos que a desencadeiam. Tenha uma alimentação saudável e bons hábitos de vida!
Portanto, fica claro que a rinite é hereditária. Mas há outros mitos e verdades sobre o tema, que abordo em meu vídeo no Youtube. Clique aqui e confira!
