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A relação entre o estresse e doenças do coração

O que não imaginávamos é que o estresse e as doenças do coração poderiam ter ligação.

E não é para menos. Com rotinas cada vez mais acelerada, torna- se mais difícil conciliar família e trabalho, além de momentos de lazer e descanso. 

Por isso, é “normal” que estejamos alcançando cada vez mais alcançando níveis altíssimos de estresse. 

Mas afinal: como o estresse, de fato, pode influenciar nos problemas de coração? Vou abordar sobre esse assunto no artigo a seguir. Confira!

O que é o estresse?

Antes de mais nada preciso ressaltar que é normal enfrentar situações de estresse esporadicamente e você não vai ter como escapar disso.

Isso porque o estresse é considerado uma defesa essencial e indispensável do nosso organismo para a manutenção da nossa sobrevivência, pois, é como o corpo reage diante de situações extremas que exigem um grande esforço emocional para serem superadas. 

Por exemplo, nosso corpo aumenta a circulação de sangue para os membros inferiores quando é necessário correr de algo que nos apresenta perigo.

Desse modo, nosso corpo faz a liberação de adrenalina e cortisol no sistema nervoso. Esses são os chamados hormônios do estresse, que, quando em grandes quantidades, causam alterações na saúde, humor, produtividade e qualidade de vida.

O problema é quando o estímulo do estresse se torna crônico, ou seja, a pessoa está constantemente vivendo sob ele. O organismo não consegue dar a volta no problema. É aí que mora o perigo!

Leia também: Meditação melhora a saúde mental.

Estresse e doenças do coração

Em situações de muita tensão emocional, que se repetem com muita frequência, e quando o indivíduo já está nesse estágio crônico onde o corpo já não consegue controlar esse mecanismo de defesa, ele acaba por liberar hormônios em grande quantidade.

Um exemplo é a adrenalina.

Sabe quando você fica ansioso e seu coração começa a bater muito forte? É o seu corpo liberando adrenalina para estar pronto caso precise reagir de alguma forma. 

Essas condições podem provocar um ataque cardíaco e, até mesmo, levar à morte.

E além disso, outro hormônio que também é liberado para a corrente sanguínea em picos de estresse é o cortisol. 

Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, concluiu que o hormônio cortisol pode, em pessoas que já têm um histórico de doenças cardiovasculares, aumentar o risco de morte em até cinco vezes.

O estresse ainda pode agravar quadros de arritmia cardíaca. Cada batida do coração tem um tempo certo para que o órgão receba sangue de todo o corpo e possa bombeá-lo novamente.

Entretanto, na arritmia cardíaca, o ritmo dos batimentos cardíacos é desregulado.

Quando um batimento acontece antes do que deveria, por exemplo, ele envia para o organismo uma quantidade de sangue inferior ao que seria esperado. A arritmia pode provocar falta de ar ou até uma síncope.

Portanto, os hormônios do estresse são estimuladores da musculatura do coração, fazendo com que ele contraia e relaxe. 

Quanto mais hormônios liberados, mais rápido o seu coração vai bater.

Quanto mais o coração passa por esse processo, mais o seu sistema cardiovascular fica ineficiente e maior o risco de doenças, em alguns casos fatais.

É assim que o estresse e as doenças do coração se relacionam.

Outras doenças causadas pelo estresse

Além de problemas cardiovasculares que citei anteriormente, o estresse ainda pode trazer a tona outros diversos problemas ao nosso organismo, como por exemplo:

Insônia

As alterações hormonais provocadas pelo estresse excessivo podem atrapalhar a qualidade do sono. Com isso, a pessoa se sente cada vez mais cansada e vai acumulando cada vez mais estresse, agravando assim seus sintomas.

 Depressão

O cortisol, além de trazer problemas cardiovasculares, ainda pode causar a depressão. Mas não sozinho.

Quando os níveis de cortisol aumentam muito, ocorre simultaneamente a redução de dopamina e serotonina, duas substâncias que estão associadas à origem da depressão.

 Doenças de pele

A exposição a situações de estresse por longos períodos pode provocar o surgimento de doenças tanto físicas quanto emocionais.

Portanto, o estresse excessivo pode causar dermatites, como acne, vitiligo e psoríase. 

Doenças ginecológicas 

Diferente das ISTs (Infecções sexualmente transmissíveis), algumas doenças ginecológicas femininas podem surgir por conta de fatores que alteram a sua microbiota vaginal.

E essa alteração pode, além de fatores externos, ser atribuída a picos de estresse.

Como aliviar o estresse?

Diminuir as pressões externas e encontrar equilíbrio emocional para administrar suas atividades são consideradas peças-chave para o alívio do estresse.

É preciso encontrar alternativas boas para o seu caso, para que o seu trabalho ou o estudo possa ser realizado sempre da forma mais tranquila. 

Por isso, recomendo encontrar o equilíbrio emocional, sendo capaz de administrar melhor o tempo entre trabalho, família e dedicação pessoal, sem que nenhum deles seja um peso no seu dia.

Assumir o problema, buscar apoio em alguém de sua confiança, ou até mesmo um psicólogo, também pode ser uma boa estratégia para viver os dias com mais qualidade e menos estresse.

Bem como comer bem, ter uma vida saudável e equilibrada, dormir bem e saber aproveitar os momentos de lazer e descanso também é essencial. É preciso ter equilíbrio em todos os setores da vida.

Como diminuir o risco de doenças cardiovasculares?

Não só reduzir os níveis de estresse, como também existem outras recomendações e hábitos capazes de diminuir o risco de doenças cardiovasculares. Como por exemplo:

  • Evitar hábitos nocivos como o cigarro e o excesso de álcool;
  • Fazer exercício físico regularmente;
  • Se alimentar de maneira equilibrada;
  • Manter o peso ideal;
  • Controlar a pressão arterial, o colesterol e a diabetes;
  • Conhecer o seu histórico familiar e manter uma rotina de exames se necessário.

Conclusão

O estresse pode trazer uma série de consequências graves ao nosso organismo.

Desde doenças de pele até problemas cardiovasculares gravíssimos.

Vale investir e descobrir maneiras de controlar os níveis de estresse. Mas lembro que cada pessoa deve descobrir o que de fato funciona para si. Minha dica é passar tempo fazendo algum hobby que você gosta, como algum esporte, por exemplo.

O estresse é uma realidade global, mas pode ser controlado. Vou deixar abaixo o meu vídeo sobre “Os perigos do estresse oxidativo”. Espero que goste.

Até breve,

Dr. Francis Vinicius.